Mobilidade

Alta do diesel pode deixar cidades sem ônibus, dizem empresas

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Com os seguidos aumentos no preço do diesel, álcool ou gasolina, o transporte público das cidades de todo o país corre o risco de entrar em colapso, com falta de ônibus em circulação. É o que alerta a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).

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A razão, segundo a entidade, é que as empresas de transporte serão obrigadas a racionar o combustível e oferecer apenas viagens no horário de pico, entre 5h e 8h da manhã e entre 17h e 19h. No resto do tempo, os ônibus terão de ficar parados na garagem.

De acordo com Francisco Christovam, presidente da NTU, “as empresas não querem praticar uma operação seletiva, atendendo apenas linhas e horários de maior demanda. Porém, serão obrigadas a adotar essa medida radical, por não suportarem mais os sucessivos aumentos de custo e os prejuízos”.

Metade da frota nos horários de pico

Em quase todas as cidades, metade da frota de ônibus fica parada fora dos horários de pico devido à menor demanda. Caso novos reajustes sejam feitos, existe a possibilidade de manter metade também em horários de maior movimento. O setor estima que a redução da oferta dos serviços pode representar um impacto direto na rotina de 43 milhões de passageiros.

Em cidades em que há subsídios para custear o aumento de combustível (como São Paulo, Curitiba e Brasília), a situação poderia ser menos grave. A redução na frota, nestes casos,  dependeria de um aumento do subsídio para acompanhar o reajuste do diesel.

“As empresas estão extremamente fragilizadas economicamente, não conseguiram se recuperar da pandemia e agora enfrentam este reajuste violento. A maioria das associadas está sem caixa para fazer frente a mais um reajuste; não há como comprar o diesel para rodar, e colocar um ônibus na rua com tanque vazio seria uma irresponsabilidade”, completou Christovam.

Diesel representa 30% do custo das empresas

O diesel é o segundo item que mais pesa no valor da tarifa dos ônibus, com uma participação média de 30,2% no custo geral das operadoras de transporte público. Em primeiro lugar está o gasto com mão de obra (50%). Os aumentos de diesel registrados desde janeiro, da ordem de 35% nas refinarias, representam alta de 10,6% nos custos do transporte por ônibus, segundo a NTU.

A NTU propõe ainda a adoção de outras duas medidas para resolver o problema:  em primeiro lugar, a desoneração de todos os tributos que incidem sobre os insumos utilizados pelo transporte público. Somados, eles representam uma carga tributária de 35,6%, extremamente elevada por incidir sobre um serviço essencial utilizado principalmente pela população de menor renda.

Uso o lucro da Petrobras para subsídios

Em segundo lugar, o uso da parte do lucro que cabe ao Governo Federal pelos resultados gerados pela Petrobras para compensar o impacto da alta do diesel utilizado pelos serviços de transporte público. Só no ano passado, a Petrobras teve um lucro líquido recorde de R$ 106,6 bilhões, sendo que o Governo Federal tem uma participação de 36,7% nesse resultado – que tende a aumentar com esses novos reajustes de preços.

Por fim, uma alternativa proposta pela NTU – que representa cerca de 400 empresas, de 2.901 municípios brasileiros – seria a separação entre a tarifa pública (aquela paga pelos passageiros), da tarifa técnica, aquela paga pelas prefeituras às operadoras, com a diferença sendo subsidiada pelo poder público.

“Assim, os aumentos de custo decorrentes dos reajustes do diesel poderiam ser compensados sem onerar a tarifa do passageiro pagante, que já está excessivamente sacrificado com a alta da inflação”, finalizou o presidente da entidade. 

Por que o diesel sobe tanto?

O aumento do diesel tem como pano de fundo a escalada do petróleo no mercado internacional. O aumento começou ainda em meados de 2020, por causa da retomada da atividade econômica global após o tombo inicial na pandemia. A guerra na Ucrânia, que começou no final de fevereiro de 2022, deu novo impulso ao barril, que disparou – a Rússia é uma das maiores produtoras globais de petróleo.

Além disso, a Petrobras adota desde 2016 a política pela qual o preço dos combustíveis no Brasil acompanha a cotação do barril de petróleo no mercado internacional. O produto é negociado em dólar e, portanto, o câmbio também influencia a decisão da estatal. 

A estatal, portanto, repassa os aumentos para o diesel, a gasolina, o gás de cozinha e outros derivados de petróleo. E como o petróleo está em alta desde meados de 2020, os combustíveis no Brasil também subiram – contando também com o agravante do dólar alto.

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