Mobilidade

O que são as ghost bikes?

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ghost bikes

Quem circula, principalmente pela cidade de São Paulo, já deve ter avistado alguma bicicleta inteiramente pintada de branco estacionada pelas ruas e avenidas da capital. São as ghost bikes, uma espécie de memorial em homenagem a um ciclista morto naquele local enquanto pedalava.

Outro objetivo das ghost bikes é conscientizar a sociedade sobre a fragilidade do ciclista perante aos outros veículos, como carros, ônibus, caminhões e até mesmo motocicletas. Além disso, estimular os motoristas a tomarem cuidado e prestarem atenção quando avistarem uma bicicleta.

As bicicletas brancas na cidade também servem para alertar o poder público sobre a falta de planejamento viário e a omissão, que acabam causando tragédias e mortes. Sustentáveis, as bicicletas são peças importantes para a mobilidade urbana e devem ter seu uso estimulado dentro das cidades.

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Origem das bicicletas brancas

A origem das ghost bikes remonta a 2003, na cidade de St. Louis, nos Estados Unidos. O ciclista Patrick Van Der Tuin instalou uma bicicleta branca depois de uma companheira de pedal ter sido atropelada e morta enquanto pedalava em uma ciclofaixa. A iniciativa surtiu efeito e os motoristas passaram a reduzir a velocidade no local. 

Uma semana depois a bike foi retirada. A semente, contudo, já estava plantada e as ghost bikes se popularizaram mundo afora rapidamente. No Brasil, a primeira homenagem foi prestada em 2007 na avenida Luís Carlos Berrini, em São Paulo, onde hoje existe uma ciclovia. Desde então, infelizmente outras dezenas foram instaladas em diversas cidades.

Apesar do nobre motivo, poucas pessoas sabem o significado das bikes brancas penduradas pelas cidades. Pesquisa realizada pela ONG The City Fix Brasil revelou que 95,3% dos entrevistados não tinham ideia do que se tratava. Apenas ciclistas mais engajados conheciam a razão da intervenção. 

Como fazer uma ghost bike?

Uma ghost bike pode ser montada por qualquer pessoa, basta pintar uma bicicleta de branco e afixar no local. Mas alguns cuidados podem ser tomados para que ela permaneça por mais tempo.

Retire peças e pinte tudo

Para desestimular o furto, é importante deixar a bicicleta o menos “pedalável” possível. E fazer isso de forma que fique bem visível. Corte pedaços do pneu, retire câmaras, cabos, freios, câmbio, paralamas, bagageiro, manetes de freio, passadores de marchas e refletivos. Deixe só o quadro, selim, coroa, pedivela, corrente e pedais.

Passe muita tinta nas partes móveis, de forma que as rodas não girem mais. Você pode usar alguns dos raios, cortados, para prendê-las e impedir seu movimento. Recomenda-se levar a bicicleta já pintada ao local, para reduzir o tempo da ação.

Prenda bem alto

Quanto mais longe do chão a ghost bike estiver instalada, menos depredação e tentativas de furto. Tente fixá-la em um poste, usando uma escada grande para conseguir colocá-la bem alto. Use uma corrente grossa com cadeado grande. Quebre algo dentro da fechadura e passe bastante tinta por cima, para inutilizá-la. Se puder usar uma u-lock em vez de uma corrente, melhor ainda.

Ancore com latas de cimento

Se não houver onde pendurar, instale a bicicleta em uma área de terra ou grama, como foi feito com a de Márcia Prado, ciclista que foi morta na avenida Paulista. Você vai precisar de latas, cimento ou argamassa e vergalhões de metal. O ideal é usar duas latas que, cheias de cimento, servirão como âncoras. Dobre o vergalhão em formato de U, passe por dentro do quadro e enterre as pontas bem fundo na lata de concreto.

Espere secar um pouco enquanto você cava buracos no canteiro para abrigar as latas (recomendo usar uma cavadeira de jardinagem, para não demorar séculos). Cave fundo o suficiente para que a bicicleta fique de pé, ancorada nas latas. Não prenda pelas rodas, pois elas podem ser removidas.

Como pedalar com segurança?

Apesar de a bicicleta ser amplamente utilizada como meio de transporte, o Brasil ainda engatinha em termos de iniciativas de estímulo e proteção por parte das prefeituras. Houve ganhos importantes na última década, é verdade. São Paulo, por exemplo, conta com 699,2 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. No entanto, ainda é pouco perto dos quase 18 mil quilômetros de vias da cidade.

Assim, os ciclistas invariavelmente vão ter que dividir as rotas com outros veículos em alguns deslocamentos. E para fazer este compartilhamento com segurança é recomendável tomar alguns cuidados. Confira alguns deles!

Dicas de segurança

  • Use sempre o capacete. Apesar de não ser obrigatório por lei, o equipamento é fundamental para a segurança do ciclista e deve ser usado até durante passeios em baixas velocidades;
  • Evite vias muito movimentadas. Se não houver ciclovias, não pedale por avenidas com muito tráfego, especialmente que tenham corredores de ônibus. Prefira sempre as ruas calmas que passam por dentro dos bairros;
  • Nunca ande pela contramão. De acordo com o Art. 58 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é proibida a circulação de bicicletas na contramão. Além de infração, é extremamente perigoso e quase sempre fatal em caso de atropelamento;
  • Seja visto. Colete refletivo, farol e lanterna traseira piscantes, roupas coloridas são itens que destacam o ciclista nas ruas, especialmente durante os deslocamentos noturnos;
  • Sinalize as manobras. Use sempre as mãos para indicar as manobras para os motoristas que vêm atrás;
  • Nunca ande pelas calçadas e sempre preste atenção nos pedestres.

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