No Brasil, sempre se usou o termo “direção hidráulica” para se designar os veículos com direção assistida. Isso porque até pouco anos atrás, quase todos os modelos tinham o sistema que usa uma bomba hidráulica ligada ao motor do carro para reduzir a força necessária para o motorista girar o volante. Eis que surgiu a direção elétrica e tudo mudou.
Diferenças entre a direção elétrica e hidráulica
A grande diferença entre a direção elétrica e hidráulica está em sua operação. A primeira depende de um sistema mecânico para funcionar. A caixa de direção conta com um sistema hidráulico movimentado por uma bomba.
Esta, por sua vez, é ligada ao motor do carro pela correia de acessórios. Ou seja, para funcionar a direção hidráulica precisa da potência e do combustível do propulsor e necessita de um sistema com fluido hidráulico, reservatório e mangueiras de alta e baixa pressões.
Já a direção elétrica opera com um sistema próprio que dispensa o auxílio do motor do automóvel. Um motor elétrico instalado na caixa de direção é o responsável por reduzir o esforço na hora de girar o volante.
Por ser ligado à central eletrônica do veículo, o motor elétrico pode fazer variar a assistência, aumentando-a em manobras em baixas velocidades e reduzindo quando o veículo está a 120 km/h em uma estrada, por exemplo.
Os primeiros automóveis brasileiros a utilizarem a direção elétrica surgiram no começo dos anos 2000, entre eles o Fiat Stilo, Honda Fit e Citroën C3.
Vantagens da direção elétrica
As vantagens da direção elétrica são tantas que acabaram levando à quase extinção do sistema hidráulico entre os automóveis, ficando restrito apenas aos veículos pesados. Confira algumas delas:
- Menor consumo de combustível: a direção elétrica depende apenas do sistema elétrico do carro para funcionar. Assim, sua influência no consumo de combustível é quase zero. Já a hidráulica é ligada diretamente ao motor e pode roubar até 4 cv de potência durante as manobras, elevando o consumo;
- Redução na emissão de poluentes: por não depender do motor a combustão, a direção elétrica não gera emissões de poluentes. Além disso, ao não exigir o fluido hidráulico, não traz problemas de descarte;
- Simplicidade: na direção elétrica, apenas um motor ligado à caixa de direção é necessário, ocupando pouco espaço e reduzindo o peso. A direção hidráulica, por sua vez, exige uma carcaça maior da caixa de direção, além da bomba hidráulica, mangueiras, reservatório e fluido;
- Menos manutenção: raramente o motor da direção elétrica dá problemas e, quando isso acontece, basta substituí-lo. Já a direção hidráulica, além de exigir a troca do fluido, pode ter problemas de vazamento e na bomba hidráulica.
- Integração com demais sistemas do carro: por estar ligada à central eletrônica do carro, a direção elétrica permite a integração com sistemas do veículo, como alerta de mudança involuntária de faixa, assistente ativo de manobras, assistente ativo de direção, entre outros.
E a direção eletro-hidráulica?
Existe também no mercado a direção eletro-hidráulica, que também foi praticamente extinta entre os automóveis. Porém, permanece firme e forte entre os veículos pesados. Como o próprio nome diz, é um misto dos sistemas elétrico e hidráulico.
A direção eletro-hidráulica tem funcionamento igual ao da hidráulica. Um sistema com fluido acoplado à caixa de direção reduz o esforço necessário para girar o volante. A grande diferença é que a bomba hidráulica é alimentada por um motor elétrico e não pelo propulsor do veículo.
Apesar de não exigir potência do propulsor, a direção eletro-hidráulica ainda ocupa espaço no compartimento do motor, demanda maior manutenção e não permite a integração com outros sistemas do carro.