Começa o verão e junto com ele vem a temporada de chuvas. Pior ainda são as tempestades no fim do dia, com enormes quantidades de água em poucos minutos que permitem a formação de grandes poças nas ruas estradas. E são elas as grandes responsáveis pela temida aquaplanagem.
O que é aquaplanagem?
Mas você sabe o que é a aquaplanagem? O fenômeno ocorre quando os pneus do carro perdem o contato com o solo ao passar por uma lâmina de água. É como se o carro “boiasse”. Quando isso acontece, qualquer movimento brusco no volante leva à perda de controle e, consequentemente, a um acidente.
Pneus em boas condições são importantes
A aquaplanagem é mais comum em altas velocidades, situação em que os pneus do carro precisam dispersar uma quantidade maior de água por segundo. Aliás, são os pneus os maiores responsáveis por evitar a aquaplanagem. Quando gastos, seus sulcos ficam rasos e não conseguem expelir o excesso de água da pista.
Quem já assistiu corridas de Fórmula 1 com pista molhada vai entender. Quando os pilotos usam os pneus slick – totalmente lisos para maior aderência no asfalto seco – na chuva é um show de derrapagens e escapadas. É necessário colocar os pneus para chuva, com grandes sulcos ou o semi-slick, para asfalto úmido e com sulcos mais rasos.
O que fazer para não aquaplanar?
A melhor maneira para evitar a aquaplanagem é andar sempre com os pneus em boas condições e calibrados. De acordo com um estudo conduzido pela fabricante de pneus Continental na Alemanha, os pneus novos, com sulcos de 3 milímetros e 100% de sua capacidade de dispersão, podem dar vazão a até 30 litros de água por segundo a uma velocidade de 80 km/h.
Já quando os sulcos atingem o limite legal de 1,6 milímetros, essa capacidade cai para 55%, o que impacta diretamente a dirigibilidade e a segurança. Ao começar a temporada de chuvas, faça uma análise das condições dos pneus. Se pegar muita estrada ou for fazer uma viagem longa, não hesite em trocá-los se estiverem gastos.
Preste atenção nos sinais da pista
Ao dirigir sob chuva intensa, o motorista deve ficar atento às condições da pista e imediatamente reduzir a velocidade em no mínimo 20% do limite permitido. Em estradas mais modernas, a via é ligeiramente mais alta no centro para que a água escoe para as laterais. Assim, ela será captada pelo sistema de drenagem e as poças não vão se formar.
Entretanto, quando a tempestade é muito intensa, a vazão do sistema de drenagem pode não ser suficiente e a água vai se acumular. O mesmo ocorre em estradas mal projetadas ou em baixadas, onde a água escorre para o centro e forma grandes poças.
É justamente essas poças que o motorista deve evitar. Se possível, desvie ou tente passar pela borda, onde a quantidade de água será menor. Quando não houver a possibilidade de desviar, tire o pé do acelerador e reduza ligeiramente a velocidade para transpor a área alagada.
Aquaplanei! E agora?
Quando o carro começa a aquaplanar, é possível sentir um leve tranco no volante. Se isso ocorrer, o mais importante é manter a calma e seguir as dicas abaixo:
- Retire o pé do acelerador imediatamente após sentir a perda do controle do veículo;
- Segure firme o volante, mantendo o veículo com as rodas retas, e apenas tire o pé do acelerador, sem pisar no freio;
- Quando sentir que o trecho alagado já ficou para trás, gire levemente o volante de um lado para o outro, recuperando a aderência por completo.
Caso perca o controle e rode, de maneira alguma fique parado na pista. Manobre o mais rápido possível e pare no acostamento com o pisca alerta ligado. O mesmo vale para colisões leves, quando o carro ainda tem condições de rodar.
Caso os danos sejam muito extensos e o carro não possa se locomover, abandone o carro com segurança e aguarde o socorro bem distante do acidente, sempre atrás da mureta, guard-rail ou em cima do barranco.