Depois de bater recordes no último ano, a venda de carros eletrificados segue em alta em 2022. Houve uma alta de 115% nos três primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2021. Ao todo, 9.844 unidades de automóveis, utilitários, SUVs e comerciais leves eletrificados, incluindo elétricos híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e totalmente elétricos (BEV), ganharam as ruas brasileiras. Mas algumas dúvidas surgem como, por exemplo, se existe alguma diferença no seguro para carro elétrico.
120 mil eletrificados
As projeções para as vendas até o fim deste ano são animadoras. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a atual frota de pouco menos de 90 mil unidades deve ultrapassar a marca de 100 mil unidades até o fim do primeiro semestre. Assim, deve terminar 2022 com aproximadamente 120 mil veículos.
Mercado de seguros pronto para os elétricos?
Com tal crescimento, não é apenas a quantidade de pontos de recarga precisa aumentar para atender à demanda. O mercado de seguros também precisa se adaptar ao seguro para carro elétrico. Deve poder assegurar um produto totalmente novo, que necessita de mão de obra e ferramentas especiais na reparação.
Risco é maior para as seguradoras
Além disso, os carros elétricos são importados e possuem um alto preço de compra, pois praticamente não há incentivos governamentais para a aquisição. Caros para comprar, os carros elétricos também são caros de manter. Isso pois possuem componentes com pouca oferta nas concessionárias e igualmente com custo elevado.
Todas essas características influenciam bastante na avaliação do risco, pois as chances de indenização integral são mais altas. A boa notícia é que, mesmo com risco agravado, as seguradoras já aceitam fazer seguro de carro eletrificado.
As coberturas são exatamente as mesmas dos veículos com motor a combustão interna:
- Roubo e furto;
- Incêndio, alagamento e fenômenos da natureza;
- Colisão com indenização parcial ou integral
- Cobertura para danos corporais e materiais a terceiros;
- Assistência 24 horas com auxílio eletromecânico, reboque, chaveiro;
- Cobertura para parabrisa e vidros;
- Cobertura para danos morais;
- Carro reserva;
- Assistência para a residência do segurado.
Valor do seguro para carro elétrico é um pouco mais alto
Como dito acima, os carros eletrificados ainda têm um preço elevado de compra e manutenção. Desta maneira, o prêmio e a franquia do seguro para carro elétrico acabam sendo um pouco mais caros do que o normal.
Um JAC E-JS1 0km, avaliado em R$ 165 mil, paga cerca de R$ 12 mil de seguro por ano em uma apólice nova com baixo risco. A franquia é de R$ 20 mil. Em um Renault Zoe Intense 0km, que custa cerca de R$ 230 mil, tem preço médio de seguro na casa dos R$ 15 mil e franquia de R$ 25 mil, mesmo preço médio do concorrente Peugeot E-208.
Já um Volvo XC40 Recharge Pure 0km tem prêmio médio de R$ 18 mil, com franquia de R$ 35 mil. O preço do carro é de R$ 410 mil. Audi E-Tron Sportback e Porsche Taycan 4, que custam por volta de R$ 850 mil, vão pagar em média R$ 30 mil de seguro por ano, com franquia de R$ 60 mil.
Híbridos pagam menos
Para quem quer entrar na onda da eletromobilidade e pagar menos no seguro para carro elétrico, uma boa opção são os modelos híbridos. Eles combinam um motor elétrico com outro a combustão.
Com maior oferta no mercado, os carros híbridos podem rodar em modo totalmente elétrico, combinando eletricidade e combustível ou apenas com o motor a combustão (geralmente quando as baterias estão com carga baixa). Por compartilharem componentes com modelos a combustão, possuem prêmios de seguro com valores mais baixos.
Um Toyota Corolla Cross XRX Hybrid 0km, que custa R$ 206 mil, paga cerca de R$ 8 mil de seguro e R$ 9 mil em um seguro novo com perfil de baixo risco. Já um Kia Stonic Hybrid 0km tem seguro anual médio de R$ 7 mil, com franquia no mesmo valor. O seu preço é de R$ 154 mil.
A tendência é o preço cair
Toda nova tecnologia é cara quando lançada e precisa de um tempo para se popularizar. Quando isso acontece, toda a cadeia envolvida tende a ter preços reduzidos. Em poucos anos, os carros eletrificados deverão estar muito mais acessíveis e a tendência é que o preço do seguro acompanhe essa redução dos preços.