Para a maioria das pessoas, a poluição causada pela fumaça dos veículos só corre com o motor ligado. Isto é fato. De acordo com a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), pelos escapamentos dos veículos foram emitidas em 2018 no Estado de São Paulo:
Sim, carro desligado também polui Entretanto, mesmo parado e com o motor desligado, o carro não está livre da emissão de poluentes. É verdade que a poluição causada pela fumaça dos veículos parados é cada vez menor. Porém, ainda é considerável se pensarmos no tamanho da frota de veículos no mundo todo.
A maior parte da poluição causada pela fumaça dos veículos vem da evaporação do combustível contido no tanque e nos dutos, que manda para a atmosfera os hidrocarbonetos. Estes componentes orgânicos podem causar irritações nos olhos e aparelho respiratório e aumentar a incidência de câncer de pulmão.
Esta evaporação é controlada pelo cânister, uma válvula-filtro de carvão ativado que reduz a emissão dos hidrocarbonetos. Até dezembro de 2021, o limite de emissões deste vapor tóxico era 1,5 grama durante duas horas de teste numa câmara especial.
Entretanto, a lei ficou ainda mais rigorosa a partir de janeiro de 2022, quando entrou em vigor a fase L7 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). Ele tem como objetivo normatizar e impor regras e limites nas emissões de gases poluentes pelos veículos automotores.
Nesta nova fase do Proconve, para poder ser vendido no Brasil, um carro pode liberar na atmosfera no máximo 0,5 grama de hidrocarbonetos por dia. Para se ter uma ideia, o novo limite é 46 vezes menor do que o tolerado 30 anos atrás. Isso reduz muito a poluição causada pela fumaça dos veículos. Ou seja, o carro estacionado ainda polui, porém muito menos.
A nova fase passa a controlar não apenas os gases evaporados pelo tanque de combustível. Ela também atua com outras fontes de emissões, além de exigir novos parâmetros dos propulsores. Quais são eles?
Gases do escapamento
A poluição causada pela fumaça dos veículos teve que ser diminuída. Na fase L7, o catalisador deve atender novas exigências de durabilidade. Sua vida útil teve prazo dobrado de 80 mil para 160 mil quilômetros rodados. Além disso, agora são consideradas as emissões de hidrocarbonetos, aldeídos e também o etanol, adicionados aos valores dos óxidos de nitrogênio.
Com o Proconve L7, veículos flex e a diesel precisam apontar no sistema de diagnóstico todas as falhas no pós-tratamento dos gases de escapamento. Além disso, mantém eventuais falhas registradas na central eletrônica por até um ano.
Algumas categorias de veículos tiveram o limite de ruído máximo reduzido de uma a dois decibéis.
O termo vem do inglês e significa “emissão real em rodagem”. A nova metodologia – que adotada progressivamente até 2025, quando começa a fase L8 – é aplicada com os carros rodando em condições reais pelas ruas. O objetivo é evitar as fraudes que já foram encontradas nos ensaios de emissões realizados em laboratórios.
A exigência de airbags e freios ABS decretou o fim de modelos veteranos como o Fiat Uno Mille e a Volkswagen Kombi em 2014. Agora, a fase L7 do Proconve foi o empurrão que faltava para encerrar a carreira de carros que já não eram mais muito procurados nos concessionários. Estes demandariam um investimento muito alto para atenderem às novas regras.
Despediram-se do mercado brasileiro modelos como:
A Volkswagen encerrou a produção do Fox, que era vendido somente com o motor EA-111 de 1,6 litros e oito válvulas. Este propulsor também equipava Gol, Voyage com câmbio manual e a versão de entrada Saveiro Robust.