Conheça um pouco mais sobre a modalidade pay per use no Brasil e veja como essa forma de pagamento está transformando o mercado
Um dos maiores hábitos dos brasileiros é o de encontrar soluções que o permitam economizar no dia a dia. Isso é ainda mais verdadeiro durante os tempos de crise, quando pode ser vital para a estabilidade financeira das pessoas.
Neste sentido, muitos consumidores têm apostado suas fichas nos serviços pagos por uso.
As soluções pay per use no Brasil chegam ao mercado como uma proposta inovadora em diversos setores do país. Veja como essa modalidade funciona e como ela está revolucionando o consumo.
Historicamente, o modelo de preços com base no acesso assumia a forma de assinaturas ou alugueis que eram associados taxas fixas e com valores baseados na necessidade esperada, em vez do uso real.
Hoje, vemos as soluções pay per use surgindo como um modelo em que os clientes pagam pelo uso real de um produto ou serviço, ao invés de pagar adiantado ou arcar com os custos de propriedade.
Alinhado ao compartilhamento de ativos, o preço baseado no uso oferece benefícios consideráveis aos clientes, devido à flexibilidade que oferece em termos de conveniência e acessibilidade.
No dia a dia, já vivenciamos isso quando se trata da conta de luz, água, gás e em alguns casos, de telefone.
No entanto, a maioria das outras soluções são normalmente cobradas por um preço fixo, quer você use todos os benefícios ou não.
O primeiro conceito do que viria a se tornar o preço com base no uso surgiu vez na década de 1920, com a Michelin sendo pioneira no aluguel de pneus usando um programa de pagamento por quilômetro.
O modelo de negócios foi posteriormente popularizado pela Salesforce com seu modelo de negócios Software-as-a-Service (SAAS). Neste modelo, os clientes pagavam pelo acesso a recursos específicos do software, por usuário, com um tempo de configuração muito mais rápido. Agora, outras empresas como a Amazon Web Services também se tornaram sinônimo de uma abordagem de pagamento conforme o uso.
O pagamento por uso funciona bem quando o serviço pode ser medido com eficácia. No mercado de mídia, o pay per use no Brasil possibilitou a mudança da tecnologia de transmissão padrão para vários canais a cabo.
Para empresas de software corporativo, a mudança para modelos de computação baseados em nuvem criou as condições de utilização do pay per use e eliminar gastos como licenciamento inicial, custos de instalação e manutenção.
Os sistemas e acordos de cobrança devem ser simples de comunicar e fáceis de cobrar, com os clientes autorizando um acordo que cobra sua conta por uso.
Para startups de software, particularmente no setor de SaaS, uma vez que o produto mínimo viável inicial é construído, as empresas podem dimensionar a receita mais perto da escala de custos necessários para entregar o serviço.
Algumas empresas de SaaS preferem o pagamento por uso porque a relação de valor é deixada muito clara para o cliente. Eles são capazes de priorizar o desenvolvimento de recursos e serviços com base nas necessidades expressas do cliente.
Por causa das taxas iniciais de baixo ou nenhum custo, os clientes que normalmente levam de seis meses a um ano para decidir sobre o software corporativo, muitas vezes pulam essa decisão e simplesmente começam a experimentar o serviço.
Os clientes, então, aumentam seu uso com base na sua necessidade real (em vez de pagar antecipadamente por taxas fixas de licenciamento).
O pay-per-use provavelmente fornece à empresa mais informações sobre como os clientes usam e valorizam seus produtos e serviços.
As empresas que operam com pagamento por uso podem obter mais feedback para refinar seus preços e como eles embalam produtos e serviços, para impulsionar sua lucratividade.
O formato pay per use no Brasil está ajudando a democratizar o acesso aos serviços básicos.
A área de seguros automotivos, por exemplo, é um segmento em que novos modelos de negócios estão permitindo aos consumidores obter proteção mais econômica por quilômetro. Também permite acessar recompensas por bons comportamentos ao dirigir.
Sensores e a Internet das Coisas (objetos conectados com a internet) estão permitindo que as empresas monitorem o uso com mais precisão e confiabilidade. E esses dois fatores são a base dos serviços pay per use.
No mercado automobilístico, por exemplo, os sensores estão permitindo que as seguradoras e montadoras entendam como os motoristas estão usando os veículos e seus comportamentos ao dirigir e ofereçam soluções customizadas. Esse é o caso do seguro auto.
Além disso, a agregação e análise de vários pontos de dados entre usuários, encapsulados com a Internet das Coisas, também está ajudando as empresas a alavancar informações e desenvolver maior percepção do cliente. Isso permite abrir simultaneamente novos fluxos de receita para as empresas.
Por exemplo, permitindo-lhes fornecer informações de estacionamento aos usuários. Em troca, os clientes podem obter experiências mais responsivas e personalizadas.
Os brasileiros ainda estão se adaptando a essa nova modalidade de pagamento, mas aos poucos já estão percebendo que essa é uma solução que veio para ficar.
Se um serviço for capaz de solucionar problemas e ainda se manter acessível, certamente caíra nas graças dos consumidores.
Falando do futuro dos serviços pay per use no Brasil, talvez o segmento de maior destaque seja o de seguros. Certamente, as seguradoras estão investindo em tecnologia e marketing cada vez melhores para suas políticas de pagamento por utilização.
Dado que as seguradoras se beneficiam tanto quanto o consumidor, é fácil entender por quê. Em comparação com as políticas tradicionais que dependem de informações generalizadas, o seguro pago por uso é muito mais direcionado a motoristas individuais.
De uma perspectiva puramente econômica, fornecer incentivos para que os motoristas sejam seguros e corteses provavelmente resultará em uma mudança nos hábitos de direção.
Portanto, os serviços pay per use vieram para empoderar os clientes e trazer novas opções de economia, sem precisar abrir mão da qualidade.