Ao fazer seguro de carro, muita gente imagina que o veículo todo está coberto pela apólice. Afinal, a cobertura compreensiva abrange proteção contra roubo, furto, acidentes, incêndios e alagamentos. Mas não é bem assim. Algumas partes do carro têm coberturas específicas e uma delas é o motor.
Imagine a seguinte situação:o segurado está parado no congestionamento sob uma intensa tempestade e uma enxurrada começa a jorrar água na frente do carro. O motor aspira aquele líquido, que invade a câmara de combustão, dá calço hidráulico e trava.
Agora vamos mudar um pouco: o motorista chega em uma via alagada e resolve tentar atravessá-la. O motor do seu carro também aspira água e trava. Apesar de parecidos, os dois casos são bem distintos aos olhos dos analistas das seguradoras.
No primeiro caso, o motorista não tinha saída e não teve culpa pelo sinistro. Com certeza a companhia vai aprovar o reparo ou a indenização integral, se for o caso. Já no segundo, o segurado assumiu um risco e, se na sindicância feita pela seguradora isso for constatado, há grandes chances de recusa na indenização parcial ou total.
Se o motor do carro for trocado por completo, será necessário fazer um laudo técnico em uma empresa conveniada e solicitar a inclusão da nova numeração do motor junto ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Todos os custos e trâmites burocráticos devem ser de responsabilidade da seguradora.
Quando o motor do carro ou quaisquer outras partes mecânicas do carro são atingidas e danificadas em uma colisão, a seguradora autoriza o reparo, mesmo que a lataria não tenha sido amassada. O mesmo vale para incêndios que não tenham sido causados pela instalação de acessórios não originais.
Se o motor do carro apresentar algum defeito de fábrica, a seguradora não oferece cobertura. Nesse caso, o problema deve ser resolvido pela concessionária do fabricante, caso o veículo ainda esteja em garantia. Se não estiver, dificilmente o proprietário vai conseguir ser ressarcido.
O mesmo vale para problemas decorrentes de uma manutenção incorreta feita por uma oficina, para defeitos elétricos ou quebras do câmbio ou embreagem. Como dito acima, esses componentes só estão cobertos pelo seguro do carro se forem danificados em uma colisão, alagamento ou incêndio.
O segurado que tiver problemas mecânicos com o carro pode pedir a assistência 24 horas com reboque. Dependendo do plano contratado, o serviço tem quilometragem ilimitada, o que é uma grande ajuda em casos de viagens. O carro é rebocado do local da pane até a oficina de confiança do segurado.
Junto com o calor da primavera e do verão vêm as tempestades no final do dia, geralmente com grandes quantidades de água em poucos minutos. Nestes casos, os alagamentos são inevitáveis e causam enormes transtornos.
Se puder, evite sair nos horários em que os temporais normalmente despencam, como no fim da tarde e começo da noite. Se for surpreendido, procure locais mais altos que não tenham risco de alagamento.
Nunca estacione sob árvores ou coberturas de postos de combustíveis. Uma boa opção é procurar edifícios garagem de shopping centers ou supermercados. Evite estacionamentos em subsolos.
Caso seja surpreendido pela tempestade, nunca transite por vias que tenham nível de água acima da metade das rodas. Se o alagamento começar a subir rapidamente e você não tiver como escapar, abandone o veículo e procure um local seguro até a chuva acalmar.
Mesmo que a água não tenha entrado no interior do veículo, é interessante tomar alguns cuidados após a chuva. Se a enxurrada tiver atingido a frente ou o escapamento do carro, não dê partida. O mesmo vale para quando o nível da água atingir a metade da porta.
Nestes casos, chame antes a Assistência 24 horas da seguradora. Muitas vezes, a água entra pelo escapamento ou pela tomada de ar na dianteira, atinge o motor do carro e se mistura com o óleo. Daí será necessário drenar todo o lubrificante e fazer uma limpeza interna. E tudo isso é coberto pelo seguro do carro.