Desde janeiro de 2021, a gasolina acumula nada menos do que 18 reajustes e 73% de aumento no Brasil. O etanol também não fica longe e registra 60% de elevação nos dez primeiros meses do ano. Já o GNV (Gás Natural Veicular) registrou um aumento de 50%. Os dados são da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Com este cenário, será que vale a pena instalar kit gás para carro?
Ainda segundo a ANP, na última semana de outubro, o preço médio do litro da gasolina no país estava em R$ 6,562 e o do etanol em R$ 5,066. Em contrapartida, o m³ do GNV estava cotado em R$ 4,156. Além do preço menor, o consumo do veículo com o gás é 20% menor, se comparado ao da gasolina, e até 50% mais baixo em relação ao etanol.
Com o GNV rendendo mais e custando menos, a procura por conversões de carros disparou. De acordo com a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), houve um aumento de 70% nas instalações de kit gás para carros no estado entre janeiro e agosto de 2021 em relação ao mesmo período do último ano. No Brasil, as conversões cresceram 80%
O Rio de Janeiro concentra 75% da frota brasileira de veículos movidos a GNV. Além de compensar na hora de abastecer, usar gás no Rio também ajuda ao pagar o IPVA: o estado cobra 1,5% de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores para carros a GNV, contra 4% de carros flex.
Que é um bom negócio abastecer com GNV já sabemos, mas quanto custa fazer a conversão?
Hoje, um kit gás para carro de quinta geração – o mais moderno disponível – custa cerca de R$ 5 mil já instalado. Nesta conta não estão os custos da regularização da alteração junto ao Detran (Departamento Estadual de Trânsito). Isso vai custar cerca de R$ 1 mil. Também não está incluída a mudança do seguro do veículo, que pode aumentar até R$ 1 mil por ano.
Além disso, os carros a GNV precisam fazer uma vistoria anual que custa entre R$ 250 e R$ 350.
Esta é a grande pergunta de quem pensa em converter o carro para GNV. O brasileiro roda, em média, 1.500 quilômetros por mês. Um carro compacto tem consumo médio de 8 km/l com etanol, 11 km/l com gasolina e até 14 km/l com GNV.
Levando em consideração os preços da conversão e das regularizações junto ao Detran e à seguradora, serão necessários 16 meses para o kit ser pago, caso o motorista utilize gasolina. Com etanol, a economia gerada com o GNV compensará investimento no kit após 14 meses.
Tecnicamente, o uso do GNV tende a afetar a lubrificação do motor, uma vez que a combustão do gás é muito seca em comparação ao etanol e, principalmente, à gasolina.
Recomenda-se dar partida usando gasolina até que o motor aqueça e só então mudar a alimentação para o GNV. Assim, o motor terá maior lubrificação na parte mais crítica, que é a fase fria.
Outra recomendação importante é fazer anualmente uma revisão no kit gás para carro e no motor para evitar surpresas. Por mais que a tecnologia tenha avançado de maneira significativa nos últimos anos, a conversão para GNV ainda é uma adaptação técnica. Tanto é que o veículo perde a garantia de fábrica ao instalar o equipamento.
O(s) cilindros(s) de GNV são acomodados no porta-malas dos veículos. Em alguns modelos, é possível instalá-los sob o assoalho ou, no caso de picapes ou furgões, na caçamba.
Nos modelos hatchback, o espaço para bagagem será quase todo perdido. Nos sedãs e peruas, entre 30% e 60% são comprometidos. Quem usa muito o porta-malas deve levar este aspecto em consideração.
Além disso, o peso dos cilindros pode mudar sensivelmente o comportamento do carro, uma vez que vão instalados na traseira. Um cilindro médio pesa cerca de 35 quilos vazio. Caso utilize mais de um, pode ser necessário trocar as molas traseiras para que a carroceria não fique desnivelada. Também é importante lembrar que o GNV rouba cerca de 3% da potência do motor.
Não há problemas em retirar o kit gás antes de vender o carro e passar para o modelo que será adquirido. Além do custo de desinstalação, há também as despesas para dar baixa no equipamento junto ao Detran.
Seguro por uso tem custo baixo e preço justo
Economizar combustível é uma boa pedida, não é mesmo? Mas também dá para garantir uma boa economia pesquisando bem o seguro auto a ser contratado.
Existem algumas modalidades, como o seguro auto pago por uso, onde o segurado paga somente quando utiliza o carro. Assim, a precificação é muito mais justa. Afinal carro sem uso estacionado na garagem significa risco baixo.
O segurado paga uma taxa fixa todo mês, uma espécie de assinatura, além do custo do seguro por quilômetro rodado. Se usar pouco o carro, paga menos. Se usar mais, o valor aumenta proporcionalmente.
Vale a pena fazer uma cotação online e descobrir quanto custaria para você.