O Classe S tradicionalmente é a vitrine tecnológica da Mercedes-Benz. Sempre que uma nova geração do maior sedã da marca alemã é lançada, pode ter certeza que todos os modelos lançados em seguida terão ao menos uma parte das suas inovações. Mas será que tem algo diferente em como dirigir dessa vez?
Com a sétima geração, conhecida pelo código W223, não é diferente. Disponível na Europa, EUA, China desde o início de 2021, o Classe S tem como um dos principais destaques o modo de condução semi autônomo de nível 3. Isso lhe permite ser guiado sem as mãos pelas ruas e estradas norte-americanas e chinesas, além de em boa parte da malha viária europeia.
Batizado Drive Pilot, o recurso “assume a direção” do Classe S em vias com velocidade de até 60 km/h. Ele controla a velocidade e a distância, mantém o veículo dentro de sua faixa e respeita os sinais de trânsito. O Drive Pilot também detecta situações inesperadas de tráfego as enfrenta de forma autônoma por meio de frenagens ou de ações evasivas dentro de sua faixa.
Quando dizemos “assume a direção” é no sentido literal mesmo de como dirigir sem as mãos. O Classe S não te fala como dirigir, ele dirige mesmo. A maior parte dos sistemas semi autônomos de direção exigem que o motorista mantenha as mãos no volante. Já o Drive Pilot do Classe S assume o controle do veículo de vez.
Dá medo de como dirigir assim? Segundo a Mercedes-Benz, a operação é segura, e conta com a ajuda de um conjunto de sensores, câmeras, radares e mapas em alta definição.
O Drive Pilot também oferece outras assistências. Desde controle de cruzeiro adaptativo, que altera a velocidade de acordo com o limite da via e que freia automaticamente antes de curvas, rotatórias e similares. Até comunicação com outros carros, com informações atualizadas em tempo real.
Outra inovação tecnológica muito legal é o novo Head-Up Display de realidade aumentada. Ele permite que as informações sejam projetadas direto no para-brisa do carro. Incluindo a seta da navegação por GPS, que é dinâmica, acompanhando totalmente os movimentos do carro.
A nova geração do MBUX (Mercedes-Benz User Experience, a central que agrega todos os controles e funções do Classe S e pode ser personalizada individualmente por cada um dos quatro passageiros) tem um processador 50% mais potente e um menor tempo de resposta.
Além disso, algoritmos de aprendizagem e câmera voltadas para os ocupantes são capazes de identificar e antecipar desejos e intenções dos ocupantes. Como por exemplo a interpretação do movimento de cabeça, mãos e linguagem corporal. A partir daí, o carro poderá responder com as funções correspondentes do veículo.
Exemplos: se o motorista estiver procurando algo no banco do passageiro dianteiro, o carro pode acender automaticamente a luz direcional. Caso queira ajustar um dos espelhos externos, o motorista pode olhar para o retrovisor e realizar o ajuste. Imagina só como dirigir assim?
A tecnologia de controle por voz também evoluiu. O sistema entende melhor os comandos e é capaz de aprender a pronúncia do motorista. Ele permite que responda às ordens dos usuários usando um dos 27 idiomas disponíveis ao invés de seu próprio. Até a resposta do sistema é diferente, falando outras frases ao invés de repetir a resposta de sempre.
No quesito segurança, uma de suas inovações é o airbag traseiro, que fica na parte de trás dos encostos de cabeça dianteiros. Em uma colisão, ele se abre como uma asa, protegendo quem está nos bancos de trás. Já a suspensão E-Active tem uma função que altera o ajuste do amortecedor. Prepara o veículo imediatamente antes de um acidente, reduzindo a gravidade do impacto.
Visualmente, o novo Classe S não é inédito. Seus traços seguem os de modelos lançados antes, como os Classes A, CLA e GLE. O Classe S cresceu ainda mais. São:
Para manobrar um veículo tão grande, a Mercedes-Benz faz a estreia do eixo traseiro direcional. Ele permite que as rodas virem até 10 graus, reduzindo o diâmetro de giro em até dois metros, um valor bastante considerável para sedãs de grande porte.
Na parte mecânica, não foi desta vez que o Classe S tornou-se eletrificado. O sedã de grande porte movido a baterias da Mercedes-Benz é o EQS, que possui design diferente e mais futurista do que o do Classe S tradicional.
No Classe S, a marca decidiu oferecê-lo com o chamado EQ Boost. Uma tecnologia híbrida-leve de 48V que usa um gerador integrado ao alternador. Ela recupera energia com o movimento e a utiliza na aceleração ou quando o carro está em velocidade de cruzeiro, desligando o motor por um tempo para economizar combustível. O sistema é usado nas duas motorizações do sedã. São elas:
Em todas, a transmissão é a automática 9G-TRONIC de nove marchas, com tração integral 4MATIC opcional. O sistema EQ Boost entrega até 21 cv e 25,4 kgfm a mais.
Já a versão híbrida plug-in S 580e combina o propulsor a gasolina menos potente do S 450 com outro elétrico de 150 cv e 44,6 kgfm de torque máximo. Isso resulta em uma potência combinada de 510 cv. Em modo totalmente elétrico, o Classe S pode alcançar até 140 km/h e tem uma autonomia de 111 quilômetros.
Apesar de ter quase dois anos de mercado, o Classe S acaba de chegar no Brasil apenas na versão de altíssimo luxo S 680 Maybach. As versões esportivas preparadas pela divisão AMG também devem desembarcar por aqui assim que forem lançadas, ainda este ano.