Afinal, o que é um SUV de verdade?
O carro SUV se tornou objeto de desejo de boa parte das famílias brasileiras e estão cada dia mais tomando conta da paisagem urbana. Esses modelos dizimaram as minivans, as peruas, os hatches médios e, aos poucos, estão tomando até o espaço dos sedãs.
Mas você sabia que nem sempre aquele carro mais alto, com aspecto aventureiro, é um SUV de verdade. Muitas vezes ele é um crossover. Vamos entender as diferenças?
Oi, meu nome é SUV!
SUV é uma sigla para Sport Utility Vehicle, ou veículo utilitário esportivo. Os primeiros SUVs surgiram na década de 1950. Eram derivados das picapes, isto é, tinham carroceria montada sobre chassi, grande capacidade de reboque e tração 4×4. A diferença é que no lugar da caçamba havia cabine fechada para passageiros e bagagem.
Com o passar dos anos, os SUVs deixaram de ser veículos rústicos e foram ganhando equipamentos de conforto, como direção hidráulica, ar-condicionado e acabamentos melhores.
Brinquedo para caçadas
Um dos grandes representantes do carro SUV de luxo é o Land Rover Range Rover, lançado em 1970 e que acaba de ganhar sua quinta geração, que abusa do requinte e da tecnologia. Naquela época, o Range Rover se tornou o queridinho dos milionários britânicos, que usavam o modelo em caçadas.
No Brasil, os primeiros carros SUV foram a Rural Willys, Toyota Bandeirante, Chevrolet Amazona e Chevrolet Veraneio. Com a proibição de importações em 1976, o mercado brasileiro ganhou SUVs derivados das picapes nacionais, como as Ford F100 e F1000 e as Chevrolet D10 e D20.
Hoje, os SUVs “de verdade” – com chassi, tração 4×4 e boa capacidade de carga – disponíveis no país não são muitos. Temos:
- Chevrolet Trailblazer, derivado da picape S10;
- Mitsubishi Pajero Sport (baseado na L200);
- Toyota SW4, a versão fechada da picape Hilux.
Entre os importados, destaque para os modelos da Land Rover.
Olá, meu nome é crossover!
Já o crossover, como a própria tradução do inglês explica, é uma mistura de vários estilos de carro em um só. No caso, pega-se:
- A plataforma monobloco e o conjunto de motor e câmbio de um hatchback ou sedã;
- As funcionalidades como bancos modulares e bom espaço interno das minivans;
- A área envidraçada e porta-malas generoso das peruas.
Aí embala com carroceria com visual fora-de-estrada e posição de dirigir e altura de rodagem elevadas do carro SUV. Então, aquele SUV que você tem na garagem provavelmente é um crossover. Exemplos:
- Chevrolet Tracker (base do Onix);
- Honda HR-V (derivado do Fit/City);
- Hyundai Creta (plataforma do sedã Elantra e motor do HB20);
- Nissan Kicks (baseado no Versa);
- Volkswagen Nivus e T-Cross (Polo e Virtus);
- Volkswagen Taos e Tiguan (base do Golf e Jetta);
- Fiat Pulse e Fastback (Argo e Cronos);
- Renault Duster e Captur (Sandero);
- Toyota Corolla Cross e RAV-4 (plataforma do sedã Corolla);
- Jeep Renegade, Compass e Commander (plataforma derivada do Alfa Romeo Giulietta), entre muitos outros.
Carro SUV ou crossover? Conheça as diferença:
1. Estrutura
SUV: chassi rígido, chassi de longarinas ou plataforma de picape
Crossover: monobloco;
2. Tração
SUV: tração traseira ou 4×4 com reduzida e bloqueio de diferencial
Crossover: tração dianteira na maioria das vezes;
3. Performance
SUV: motores com mais desempenho e força para encarar qualquer terra, lama e obstáculos
Crossover: motores mais econômicos para uso na cidade;
4. Carga
SUV: grande capacidade para carga e reboque
Crossover: capacidade próxima de um sedã;
5. Dirigibilidade
SUV: mais rígido e menos confortável; pior para manobrar
Crossover: mais macio e confortável.
Qual a melhor escolha, carro SUV ou crossover?
Tudo depende do uso que será feito do veículo. Quem vai viajar longas distâncias, com bastante bagagem e passando por estradas em más condições será melhor atendido por um SUV. Em compensação, nas cidades os SUVs “raiz” são como um cavalo em uma loja de cristais.
Para quem vai rodar mais na cidade e eventualmente pegar uma estrada de terra em boas condições no fim de semana, a melhor pedida é um crossover. Ele é mais fácil de manobrar, com maior agilidade no tráfego urbano, além de mais econômico.
