Aqueles que não são fãs de dirigir e acham uma perda de tempo passar horas se deslocando pelo trânsito congestionado vão ficar felizes com a notícia. O Project Titan, que é a divisão da Apple responsável por construir um carro 100% autônomo e elétrico, acelerou o desenvolvimento do modelo e a previsão agora é fazer o lançamento do carro autônomo até 2025.
A parte mais desafiadora, a concepção e evolução do processador responsável pelas funções autônomas, está bastante adiantada. Esta etapa conta com o apoio da equipe de engenharia responsável que desenvolve os atuais processadores de aparelhos da companhia, ainda sem envolver diretamente o time focado somente na criação do carro.
Em carros autônomos, o nível de complexidade de sensores e das decisões em tempo real que o sistema deve realizar para conduzir o automóvel em segurança são bastante elevados. Por isso, pedem um hardware poderoso e especializado.
O desenvolvimento do carro autônomo da Apple começou em 2014. O primeiro projeto previa um modelo focado na direção e aceleração autônomas, mas ainda com alguma necessidade de intervenção do condutor.
A bigtech, contudo, resolveu ir além. No segundo projeto, criou um veículo totalmente autônomo, sem a necessidade de volante ou pedais. Informações preliminares indicam que os assentos serão instalados nas laterais e em posição longitudinal. Desta forma, os passageiros ficam de frente uns para os outros.
O “iCar” terá total integração com outros produtos da Apple. Ele contará com um sistema avançado de entretenimento e informação. Seu design será minimalista, como é a identidade da marca. A inspiração veio do Canoo Lifestyle Vehicle, uma espécie de Kombi futurista e elétrica de uma startup sediada em Bentonville, no estado americano de Arkansas.
Ainda não está decidido se o carro autônomo da Apple será vendido ao consumidor final, como nos carros comuns, ou se será disponibilizado apenas de maneira compartilhada. Ou seja, de forma que os passageiros paguem somente quando usarem o veículo.
A Apple está de olho na fatia de mercado hoje explorada com sucesso pela Tesla, que é a marca de elétricos mais vendida no mundo. Apesar de movidos a eletricidade e com alto conteúdo tecnológico e de conectividade, os carros da empresa de Elon Musk ainda não têm condução 100% autônoma.
Projetos concorrentes do Apple Car foram abandonados ou passaram por grandes mudanças. São os casos do Waymo, da Alphabet (mantenedora do Google), que desistiu de desenvolver a tecnologia, e da divisão de direção autônoma da Uber, que foi vendida em 2020.
No dia em que a Bloomberg revelou as informações sobre o carro autônomo da Apple, em 18 de novembro de 2021, as ações da companhia subiram 2,4%, chegando a US$ 157,23.
Entretanto, é a velha General Motors que deverá fazer frente à empresa fundada por Steve Jobs. Em 05 de janeiro deste ano, durante a abertura da CES 2022, a maior feira de tecnologia do mundo, a CEO da montadora, Mary Barra, anunciou que a GM irá vender carros 100% autônomos para consumidores particulares até o meio da década.
“Estamos em busca de oportunidades para estender a tecnologia de veículos 100% autônomos para o transporte pessoal com a segurança e a qualidade que nossos consumidores esperam”, disse a executiva. “GM e Cruise estão ganhando conhecimento tecnológico e experiência e trabalhando para ser a empresa mais rápida a ter carros autônomos pessoais no varejo. Na verdade, pretendemos entregar nossos primeiros carros autônomos pessoais já no meio desta década.”
Entre os principais argumentos a favor do carro autônomo estão a capacidade de otimizar o fluxo das vias e realizar manobras no momento certo. Isso deve reduzir de forma considerável o tráfego pesado e os congestionamentos das metrópoles.
Mais importante ainda é a provável redução na quantidade de acidentes. Isso porque a maior parte dos acidentes são provenientes de falhas humanas na má condução do veículo. No carro autônomo, um conjunto com avançados sensores de segurança e proximidade garantirão um percurso sem surpresas desagradáveis.
Por fim, os carros autônomos também serão mais sustentáveis e menos poluidores, pois são veículos 100% elétricos, de menor emissão de gases, além de mais silenciosos. E, no caso do compartilhamento, vão permitir uma redução na quantidade de carros particulares em circulação.