A frota de carros elétricos não para de crescer no Brasil. Os modelos 100% elétricos tiveram 3.395 emplacamentos no primeiro semestre deste ano, ou seja, 19% a mais do que a soma das vendas de todo o ano de 2021 (2.851). Junto com o crescimento fica a dúvida: as cidades têm infraestrutura para carregar carros elétricos?
A pergunta é pertinente, afinal a rede elétrica passou a contar, de uma hora para a outra, com uma demanda inédita. Entretanto, não há legislação sobre o assunto e suprir o proprietário com energia para carregar de seu carro elétrico não é um dever do Estado ou das companhias energéticas.
A boa notícia é que o consumo de energia ao carregar carros elétricos é baixo e concentrado nas madrugadas, quando há muito menos gente usando a rede. Um estudo da General Motors revela que para “abastecer” o Chevrolet Bolt, gasta-se a mesma energia que uma geladeira intermediária das mais eficientes consome por mês.
Além disso, o estudo também ilustrou que para rodar 1,2 mil quilômetros mensais, 40 km por dia, o motorista vai gastar cerca de 170 kWh para carregar a bateria. Ou seja, a mesma quantidade para deixar um computador ligado durante o mês.
A pesquisa realizada pela GM também aponta que em 2035, o Brasil terá em torno de 5,5 milhões de carros elétricos em circulação e que este total será responsável por apenas 3% do consumo de energia do país.
Ainda entre os direitos de proprietários de carros elétricos, alguns estados brasileiros oferecem isenção ou descontos no IPVA destes modelos. A renúncia fiscal, contudo, não é obrigatória e cada estado define sua política. Confira abaixo os estados que possuem isenção e/ou redução:
Ainda é possível encontrar muitos pontos de recarga gratuita para carros elétricos, feitos em parceria com concessionárias de energia elétrica, shopping centers, fabricantes de veículos e de equipamentos elétricos.
Essa gratuidade acaba gerando situações inéditas, como desentendimentos entre usuários que querem carregar seu veículo. Muitas empresas com frotas de carros elétricos tomam conta dos pontos de recarga grátis.
Como o tempo de para carregar é longo (nos carregadores mais potentes demora-se até 30 minutos para 80% de carga), é preciso ter paciência. Aí entram os deveres dos usuários, como não abusar dos aparelhos gratuitos e manter tudo sempre em ordem.
Entretanto, com o aumento exponencial da frota, a tendência é que este tipo de cortesia acabe logo. Inclusive, muitos eletropostos já cobram a recarga dos clientes. Um deles é o da Shell, que opera desde junho de 2022 em São Paulo. O valor da recarga é de R$ 1,90 / kWh. Confira quanto custa uma recarga completa com alguns modelos vendidos no Brasil:
Carregar carros elétricos em casa
Quem não quer enfrentar filas para carregar carros elétricos gratuitamente e não tem tempo para esperar em eletropostos pode instalar um carregador rápido em casa, conhecidos como wallbox. Existem opções a partir de R$ 5 mil que prometem 100% de carga em oito horas. Se combinada com placas de energia solar, a instalação pode custar R$ 25 mil.